Menezes propõe um "Senhor Cultura" para o Grande Porto
"Para podermos lançar o Grande Porto como local de oferta cultural de nível europeu, é preciso haver uma articulação de programações, uma articulação da gestão e da definição das vocações de cada um dos equipamentos, e [para isso] é preciso haver um rosto", defendeu Menezes, à margem da apresentação do livro do seu vereador da Cultura em Gaia, Mário Dorminsky, intitulado País em Brasa.
Nesse sentido, e tendo em consideração a "panóplia imensa de equipamentos culturais de vanguarda", sugeriu a criação de um 'Senhor Cultura' que "articule as políticas culturais, defina vocações e negoceie programações".
O autarca de Gaia sugeriu mesmo Mário Dorminsky para ocupar esse cargo, que passaria a assumir as responsabilidades pela gestão da "oferta cultural de grande qualidade" do Porto e Norte.
Posteriormente, essa personalidade iria "precisar de outras coisas", como "um conselho cultural, onde estejam personalidades como Germano Silva, Hélder Pacheco, Pedro Abrunhosa, Rui Veloso, Rui Reininho, Ricardo Pais, como tantos outros que podem em conjunto fazer uma equipa fabulosa na construção desse tal nicho de mercado que acho que é uma janela de oportunidade para o Grande Porto", explicou.
Como Menezes entende que "faz todo o sentido que turismo e cultura estejam interligados entre si", propôs o lançamento de "um prémio mundial Souto Moura/Siza Vieira com um congresso que fizesse do Porto um centro de debate de arquitectura".
Para o autarca e conselheiro de Estado, que se encontra a cumprir o seu último mandato frente à Câmara Municipal de Gaia, "a isto se chama aproveitar as oportunidades e fazer o óbvio".
Sobre o livro de Dorminsky, que hoje apresentou, e para o qual escreveu o prefácio, Menezes disse ser "um somatório de crónicas sobre vários temas", nas quais se "revia".
Ao longo de cerca de 180 páginas, o criador do Fantasporto fala de temas como a indústria do turismo, a cultura e a regionalização.
"Gostava que fosse um livro não efémero, apesar de ser opinativo, perspectiva o futuro de uma forma positiva e reflecte sobre o estranho percurso deste País nos últimos dois anos: o final da época José Sócrates e os primeiros tempos de Pedro Passos Coelho no Governo", referiu Dorminsky, durante a apresentação da sua obra.